20
Jun
08

Beautiful but inefficient

Lembro-me de um alemão com quem tive um breve affair e que considerei um Deus da beleza até ter ido a Berlim e ter constatado que havia muitos iguais a ele. Era um aficionado da bola, lembro-me de me dizer que Portugal era pra esquecer: beautiful but inefficient, dizia ele. Aquilo enervou-me tanto que até hoje, 11 anos depois, de cada vez que ganhamos à Alemanha digo-lhe, via ondas cerebrais, toma e vai buscar!

Hoje foi a vez dele ficar contente. Perdemos contra um país que já foi campeão do mundo e da Europa mais do que uma vez. Nós nunca fomos campeões de porra nenhuma, nunca tivemos grandes hipóteses até à geração Figo, Rui Costa… em que tínhamos supostamente grandes jogadores, um grande guarda-redes e um treinador, ou vários, que deixavam que os jogadores achassem que eram os melhores do mundo, patrocinando mesmo putas e vinho verde antes dos jogos. Os resultados foram os que se viram. [O guarda-redes era o [grande] Baía…

Depois apareceu o Felipão. Dizem os entendidos que não tem muita técnica. Pois com ou sem ela foi o seleccionador que nos fez chegar mais longe, mais vezes.

A rapaziada, como bom portuga que se preze, tem um problemazinho de afirmação, principalmente os mais novos, o que também é natural. Mas hoje não vi nada disso. Não vi excesso de confiança, vi um arrancar custoso, como aliás aconteceu em todos os jogos, vi algum desespero, nas tentativas de remate ao invés de se tentar construir jogadas, como a que levou ao nosso 2º golo e vi acima de tudo uma GRANDE equipa a jogar, grandes talentos, com jogadas brilhantes, um ou outro problema de ego, passes inacreditáveis de precisão e eficácia, como os do Deco e mesmo do Bosingwa. Vi um penalty que ficou por marcar, vi um 3º golo alemão que deveria ter sido anulado por falta do Balack sobre o Paulo Ferreira. Vi rapaziada que não protestou, que jogou até ao fim, que não desistiu, que não se desconcentrou muito, apesar de tudo. Que acreditou e fez o que pôde, ainda que em algumas ocasiões lhes faltasse um bocadinho assim de vontade de arriscar.

Vi uma Alemanha eficaz, de facto, aos papéis, depois, a fazer mais faltas e mais fitas do que qualquer selecção latina excepto talvez a Itália.

No fim, já nas entrevistas, a nossa rapaziada reconheceu falhas, não fez fitas nem se refugiou no tão português: fomos roubados [ainda que tivéssemos sido].

Ficámos plos 4ºs, agora sempre quero ver que Seleccionador fará igual ou melhor do que o GRANDE FELIPÃO!


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